Os membros dos Órgãos Sociais e associados da Associação dos Diplomatas de Moçambique (ADIMO), comunicam com profunda mágoa e consternação o falecimento do Embaixador Dr. Geraldo António Chirinza, Presidente da Direcção, ocorrido no dia 26/05/2018, No Hospital Provincial de Maputo (Matola), vítima de doença, cujo funeral realizou-se no dia 30/05/2018 às 10h00, na Vila de Chissano (Província de Gaza), antecedido da missa de corpo presente, às 8h00, na igreja católica da Vila de Chissano. O Velório realizou-se no dia 29/05/2018 às 10h00 no Auditório do Conselho Municipal da Cidade da Matola. À família enlutada, as mais sentidas condolências. Paz à sua alma.
MENSAGEM DE CONDOLÊNCIAS
DA ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS DE MOÇAMBIQUE
PELO FALECIMENTO DO EMBAIXADOR DR. GERALDO ANTÓNIO CHIRINDZA,
PRESIDENTE DA ADIMO
Exma. Senhora Dona Maria Bembele e ao Geraldo Chirindza Jr.,
Distinta Família Chirindza,
Sua Excelência Joaquim Alberto Chissano, antigo Presidente da República,
Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, antigo Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Secretário Permanente Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,
Excelentíssimos membros e associados da Associação dos Diplomatas de Moçambique (ADIMO)
Excelências,
Minhas Senhoras,e
Meus Senhores
Chamo-me Daniel António, Presidente de Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Diplomatas de Moçambique (ADIMO), colega e amigo do Embaixador Chirindza e nessa qualidade tenho a honra de tecer algumas palavras de apreço nesta cerimónia.
A ADIMO perdeu de forma súbita o seu Presidente, Embaixador Dr. Geraldo António Chirindza. Perder um ente querido, um familiar, um amigo, traz sempre uma dor e consternação profunda. A dor de perder um Presidente, para a ADIMO, é imensurável.
Para os membros e associados da ADIMO, a partida eterna do nosso convívio, do Presidente e associado Embaixador Chirindza, significa perder um diplomata de craveira internacional, um defensor acérrimo da pátria e um servidor nato ao país.
Distinta família Chirindza
O Embaixador Geraldo António Chirindza, vosso filho, pai, irmão, tio, sobrinho, desde a juventude que a sua grandeza ultrapassou o seio familiar.
O seu percurso profissional constitui um testemunho de servir o país e contribuir para o desenvolvimento da nossa pátria amada, em diferentes missões onde foi destacado.
O Embaixador Chirindza, tendo sido admitido em 1973, para o quadro de inspectores de Trabalho, com apenas 25 anos, cedo destacava a sua liderança e as suas habilidades diplomáticas tendo chefiado a primeira delegação do Ministério do Trabalho que participou na Comissão Africana de Trabalho da Organização para a Unidade Africana à Addis-Abeba (Etiópia) em 1976.
A sua liderança acabara de iniciar, mas porque notável, foi sucessivamente participando em várias reuniões e conferências internacionais, ao mesmo tempo que fez parte do primeiro curso de formação de governadores provinciais e administradores distritais, culminando com a sua nomeação para Director Nacional da inspeção do Trabalho em 1979 e três anos mais tarde (1982) foi nomeado Presidente da Comissão Nacional de Justiça no Trabalho.
Porque um diplomata, por vezes nasce diplomata, no ano de 1982, por decisão presidencial, o Embaixador Chirindza foi transferido para o Ministério dos Negócios Estrangeiros onde assumiu as funções de Director-Adjunto e Director para África e Médio Oriente, Director para os Assuntos Jurídicos e Consulares, Assessor do Ministro entre outras missões que desempenhou na qualidade de diplomata.
Vale a pena destacar as missões realizadas na busca pela paz no país, na região e no mundo, tais como nas negociações para o Acordo de Nkomati, em 1884, na organização do primeiro encontro entre o Presidente José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi em Gbadolite, Zaire-actual RDC, em 1985, nas negociações para a paz com o Movimento de Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) em Nairobi, Quénia, em 1987, na Missão da CPLP para a mitigação da crise político-militar em Timor-Leste, em 2006.
Como Embaixador, Dr. Chirindza, serviu o Estado Moçambicano nomeadamente em Timor-Leste, Indonésia, Malásia e Sultanato de Brunei Darussalam.
Foi membro da nossa associação desde as primeiras ideias da sua constituição até a sua criação oficial. Em 2012 foi eleito Presidente da ADIMO, defendendo com determinação e sem medir esforços os interesses da organização, o desenvolvimento profissional da classe e a criação de melhores condições dos membros.
Foi acérrimo defensor de uma classe diplomática reconhecida, prestigiada e de uma ADIMO com estratégias para o seu desenvolvimento e sustentabilidade.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Neste momento de comoção, é inevitável chorarmos o desaparecimento físico do Embaixador Dr. Geraldo Chirindza, porque sua perda será sempre irreparável, e a ADIMO vai sentir falta dos conselhos profissionais e da sua liderança no seio dos associados.
Estamos cientes que devemos nos erguer, em nome da Associação, para seguir defendendo a nossa classe, tal como ele nos ensinou, tal como ele defendia. Essa é a melhor forma de continuarmos com o seu legado e de eternizarmos a sua obra.
A forma didática como transmitia a sua larga experiência profissional, os vários momentos da história da diplomacia moçambicana, de que ele foi actor, o seu contributo na busca da paz no continente e no mundo, estarão sempre presentes na memória institucional da ADIMO e nas gerações vindouras da classe diplomática.
Senhora Maria Bembele e a família Chirindza, estendemos o nosso abraço de consolo neste momento de dor.
Curvamo-nos para prestar a nossa eterna homenagem ao Presidente Embaixador Geraldo António Chirindza. Como associados da ADIMO, não iremos nos despedir, porque estaremos sempre com ele nas actividades que iremos realizar.
Que à sua alma descanse em Paz,
Embaixador Dr. Geraldo António Chirindza. Maputo, 29 de Maio de 2018